sábado, 28 de janeiro de 2012

Indústria sente efeitos do 'fim' das sacolinhas plásticas em SP

A indústria de embalagens já sente o impacto do fim da distribuição das sacolas plásticas pelos supermercados do Estado de São Paulo a partir desta quarta-feira dia 25; as encomendas despencaram.

"O varejo já cortou pedidos, e isso começa a gerar demissões e cortes de gastos pelas empresas do setor", diz Miguel Bahiense, Presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos, entidade que representa a indústria.

Segundo um empresário que pediu para não ter o nome revelado, "a maioria dos clientes de São Paulo não renovou os pedidos".

Bahiense diz que ainda não é possível estimar o prejuízo inicial do acordo firmado entre o governo de São Paulo e a entidade que representa os supermercados para o banimento das sacolas.

Mudança

A partir de quarta-feira (25), as sacolinhas plásticas deixarão de ser distribuídas gratuitamente em São Paulo. Quem não quiser sair do estabelecimento com as coisas na mão terá de levar a sua própria ecobag ou carrinho de feira.

Na melhor das hipóteses, o consumidor vai ganhar do supermercado uma caixa de papelão usada (há risco de contaminação) ou, novidade, terá de comprar uma sacolinha biodegradável por R$ 0,19, alvo das mais ferozes críticas e resistências, respondidas pelos supermercados por um simples "não compre e leve sua ecobag".

Os críticos dizem que essa sacola não resolve o problema porque não há compostagem capaz de degradar lixo orgânico no país.

Mas a sacola compostável é a que melhor se adapta à realidade de lixões e de aterros sanitários, onde elas se degradam em dois anos.

Sem coleta seletiva, o plástico vai para o mesmo lugar e demora mais de cem anos para se decompor.

A mudança é fruto de um acordo dos supermercadistas, não tem força de lei, participa quem quer. Se alguém furar não acontece nada, é um acordo.

Por que os supermercados? Porque eles despejam 90% dessas embalagens no país, daí a iniciativa setorial de "cuidar" desse assunto.

Será assim com todas as cadeias produtivas. O novo marco regulatório dos resíduos sólidos prevê que cada uma defina como retirar de circulação resíduos que produzirem, como os mercados farão com as sacolinhas.

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